Lendo o blog da Camila Soares (um pouco de merchan pra essa garota F-O-D-A), eu tive um daqueles insights muito nervosos que me levam a escrever aqui. Na verdade, que me motivaram a criar esse humilde espaço de desabafos e brainstorms em geral. Ela escreveu sobre o amor.
E a pergunta que outrora revirara o estômago da minha momentânea fonte de inspiração passou a cutucar minha mente como aqueles chatos em sala de prova de vestibular que nao conseguem deixar a perna parada e ficam batendo irritantemente o pé na [PORRA DA] sua carteira. Sabe aquela coisa que não deixa voce se concentrar em mais nada?
Afinal... O QUE É AMOR?
Sem me aprofundar muito no desabafo... eu não sou a pessoa mais sortuda quando se trata de relacionamentos. Primeiro porque eu cresci ouvindo coisas do tipo "magrela", "lombriga", "paudevirartripa", "feiosa", "estranha" e afins. Esse tipo [adorável] de comportamento vindo de amiguinhos do sexo masculino durante meu crescimento se cristalizaram e, de uma terrível e infecciosa forma, dominaram minha auto-estima e minha auto-confiança. Irmã mais nova, estive sempre acostumada a perder jogos de toda a sorte pro meu irmão mais velho.. Não que ele seja culpado, nada disso. Só estou observando o quanto me acostumei a fracassar. Em todos os sentidos. Eu cresci. E descobri que garotos não são só "criaturas-nojentas-e-muito-porcas-que-merecem-morrer". Percebi que eles....podiam ser algo mais. Só que tive muuuita experiencias ruins com eles e, quando finalmente fiquei com o very first guy, não gostava dele. Ele era legal. E só. Os outros, desde então, vêm sendo igualmente pateticamente irrelevantes.
Se a Camila Soares (cujo blog é sensacional ;]) falou de amor de amiga, eu queria falar de amor de mulher e homem. E de mulher e mulher também, e de homem e homem idem. Porque todo mundo tem o direito de amar, seja lá quem (ou o que) for.
Minha breve historia no começo foi pra esclarecer que eu não sei o que é amar e qualquer menção a "amar" será mero chute. Na verdade, amar eu sei o que é, e provavelmente todo mundo vai amar alguém sem ser amado, antes de tudo. O mistério de toda a coisa, o que torna tudo (pra voces, pra mim nao) emocionante é a dúvida:
será que ele me ama?E, antes disso, tem aquela coisa há tempos perdida, que eu particularmente TANTO valorizo: o olhar.... e depois aquele susto quando pega na mão pela primeira vez... O primeiro contato. Entende? Hoje em dia, é chegar, fungar no pescoço e beijar logo-de-uma-vez. O amor, em sua essência, está irreversivelmente mutilado pelo mundo fast-food; os poucos remanescentes que ainda apreciam cada gotinha do "estar com alguém", sofrem.
Aliás... muito se faz e pouco se sabe sobre o "estar com alguém". Quão necessario é ter companhia pra sair de fim de semana? Será que desfrutar de uma companhia que não se agrada é melhor do que ficar quietinho em casa? Enfim, sem mais delongas. O que the hell é amor?
Como a Ana Carolina, acredito que "o amor é talvez uma coisa que nem sei se deve ser dita". Porque dizer "eu te amo" é tão fácil! três palavras, sete letras. Agora... quando se sente o amor, de verdade, essas três palavras custam tanto a sair, ficam tão angustiosamente (se é que essa palavra existe!) entaladas que normalmente não saem em forma de fonemas. E não precisam.
Acho que deve ser a imensa vontade de ficar junto. Sentir os tais arrepios, as tais borboletas no estômago, esperar a ligação colada no telefone, não ligar de ficar quinze horas falandosobrenada, é querer se fundir nessa pessoa. Às vezes, se é que os maiores de 18 me entendem... isso acontece :) E não só isso: cheirar, morder, socar, rir junto de uma palavra mal pronunciada e amassar o (pobre) travesseiro depois de uma briga, desejando que voces façam as pazes logo. É ter prazer em ir ao supermercado no quinto dia útil (lotadÍSSIMO), é ir no cinema pra ver o pior filme em cartaz, conversar sobre livros, esporte, eleição nos Estados Unidos, filmes, pobreza na África, softwares na Índia e depois rir do papo cabeça em plena sexta à noite no bar; é ver filme com o Johnny Depp e com o Brad Pitt e, ao olhar para o lado, sentir que esses "feios" nao têm a menor graça. Carlos Drummond disse que "ter um namorado mesmo, é muito difícil". E é. Não importa se depois vira casamento, porque não acredito em "marido e mulher".
Pra mim, o amor DE VERDADE a gente sente se estiver eternamente namorando.
Com ou sem aliança na mão esquerda.