Love is... argh.

Sabe, eu estou cansada.
Cansada primeiro porque a estreia está aí e, na minha ânsia de estudar, acabei lendo o feriado todo, e não posso sentar sem dormir. Tá foda. Mas não é sobre isso que eu vim falar.
Estou cansada de algumas coisas serem como são, na verdade. Por exemplo, os relacionamentos. Os joguinhos irritantes e praticamente obrigatórios a que temos que nos submeter se quisermos nos dar bem nesse aspecto da vida. Ontem fui levada a rever minhas comunidades no orkut e tudo que encontrei foram comunidades de príncipe encantado e demonstrações idiotas de carência e de tentativas patéticas de levantar a auto-estima. E rever essas comunidades me fizeram pensar em como eu tão... fraca e ilusoriamente escapei da minha patética realidade, me resignando a esperar por algo que, vamos ser sinceros, não existe de fato. Um homem decente, que EU ache lindo e que me queira. Preciso encarar: isso simplesmente não existe. Bem, talvez exista, mas eu vou enxotá-lo na primeira oportunidade, porque no fim, eu quero mesmo é que ele se foda. Um cara tão legal assim não pode querer ficar comigo e, se ele eventualmente quiser, tem mais é que se fuder pra deixar de ser besta. Porque qualquer relacionamento, pra dar certo, tem que começar com os joguinhos idiotas de "não estar sempre disponível para ele", e "não dê nos primeiros cinco encontros se você quer que ele te veja como qualquer outra coisa que não 'vagabunda'", essas coisas. Você tem que, basicamente, se transformar em outra pessoa, mais legal, mais divertida, mais charmosa, para atrair como a uma presa aquela pessoa que voce almeja, e ir atraindo-a até sua armadilha, e você vai a inebriando com a falsidade, com a frieza de quem faz os joguinhos para atrair um cara, para quando ele finalmente estiver caído nos seus braços você pode dar a ele a sua caixinha de Pandora, voce mostrar TODOS os seus defeitos que voce guardou com tanto carinho para mostrá-lo, quando ele finalmente nao tiver mais saída. Como é irritante ter que se submeter a isso se você nao quiser terminar com um pote de sorvete e assistindo "Sempre a seu lado" no sábado que vem! Que....sujo. Que baixo. Não quero isso para mim. Não quero, mesmo que isso custe terminar com o tal pote vendo o tal filme. Queria, a partir dessa decisão, nunca mais querer ninguém. Seria mais fácil, mais conveniente, menos dolorido e, pior: esperançoso. Queria, talvez, já saber de antemão que nada mais nesse aspecto da minha vida iria acontecer. Queria que Deus me dissesse: "Minha filha, fique sossegada, todas as histórias com todos os caras vão terminar do mesmo jeito: muito mal." Pra eu poder me libertar da esperança. Da maldita esperança, que me cutuca, manhã após manhã, sussurrando:"Hey, hoje pode ser o seu dia. Hoje você pode encontrá-lo. Voce sabe que ele existe e está por aí. Ele é decente, e eu tenho certeza que ele vai gostar muito, muito de você.". Maldita esperança que não vai embora.

O amor é um campo de batalha, sim. Mas não, não é um tabuleiro de xadrez.