Na condição de um elemento artístico que muda com o tempo, assim como mudam as pessoas e consequentemente, os artistas, a música transformou-se. Nada mais natural. Só que o que me assusta é o fato de NO QUE a música se transformou. A partir do momento em que se toma a música como reflexo da sociedade vigente e ouvimos hits nas rádios como "egüinha pocotó", Tati QUEBRA-BARRACO, e músicas absolutamente sem nada, NADA a acrescentar, não me admira a partir daí concluirmos ser esse tipo de....lixo disfarçado de música que, ao invés de trazer cultura, é fruto de uma sociedade visivelmente doente, sedenta por lucro, poder e imediatismo. Sem meter o "coitado" do capitalismo no meio, já que, se ele fosse uma pessoa, sua orelha já tinha se queimado há tempos.
Enfim. A nova - e infeliz - função da música é: vender CDs.
É um tal de "vou comer voce na garagem" "nós vamos transar a noite inteira" "vou pegar voce de jeito, mina" "no meu carrao eu pego todas" "elas só qrem dinheiro" "quando eu entro na boate, todas se arrebitam" e por aih seguem as infinitas combinações de lixo + bosta + merda que hoje temos a CORAGEM de chamar de música. Imagina, chamar pelo mesmo nome uma criação do TOM JOBIM e do FIFTY CENT. Não tem cabimento!!!
Como se não bastasse, agora Fergies e Ciaras da vida estão fazendo igualzinho aos "gostosões". "Os drinques vão descendo, minha língua vai estalando e todo mundo começa a ficar interessante", ou algo assim. Que TIPO de pessoa pode se dizer profunda quando cria algo parecido com....ISSO!?!?
Onde foram parar o romantismo, a educação, o bom senso?? Será que foram todos engolidos por essa nova geração que perdeu completamente a capacidade de discernir o bom do ruim, o certo do errado, o joio do trigo? Porque hoje é brega escutar Roberto Carlos e outros ótimos compositores, mesmo novos mas DECENTES, e ligar o rádio e ouvir (DEZ VEZES POR DIA, em TODAS as paradas do dia) o novo hit da morena bonita que sabe escrever duas linhas-refrão-uma linha-refrão e sabe rimar "amar" com "casar" e "transar"?
Uma pena. Uma pena mesmo! De uma sociedade que se diz tão esclarecida, quando na verdade é loucamente alienada pelos meios de comunicação descaradamente tendenciosos, que compra livros, mas nunca os lê, e que se senta à mesa pra não mais fazer sequer uma refeição, só pra empurrar um fast food pra dentro enquanto assiste a noticias com as quais nem se importa; tudo isso traduzido em linhas e refrões tão vazios quanto o público que o ouve e o aplaude.
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